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Guarda Civil Municipal (GCM) é Indiciado por Homicídio após Morte de Secretário-Adjunto em Osasco

Na tarde de 6 de janeiro de 2025, a sede da Prefeitura de Osasco, localizada na região metropolitana de São Paulo, foi palco de um trágico incidente que resultou na morte do secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano, Adilson Custódio Moreira, de 53 anos. O episódio ocorreu durante uma reunião entre Moreira e membros da Guarda Civil Municipal (GCM), convocada para discutir a estrutura da corporação sob a nova administração municipal.

Segundo relatos, durante a reunião, houve um desentendimento entre Moreira e o guarda civil Henrique Marival de Souza. Em meio à discussão, Souza sacou sua arma e efetuou disparos contra o secretário-adjunto. Após os tiros, o guarda se trancou com a vítima em uma das salas do Paço Municipal, mantendo-se isolado por aproximadamente duas horas. As autoridades isolaram os corredores do prédio, e os funcionários foram evacuados enquanto equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) iniciavam as negociações para a rendição do atirador.

Durante as negociações, a esposa de Souza foi chamada ao local na tentativa de persuadi-lo a se entregar. Por volta das 19h30, o guarda civil decidiu se render, deixando a arma no local e entregando-se às autoridades. Infelizmente, ao adentrarem a sala, os médicos constataram que Adilson Moreira já estava sem vida há algum tempo, possivelmente antes mesmo do início das negociações.

O comandante da Tropa de Choque da PM, Valmor Racorti, comentou sobre a rendição: “A partir do momento em que ele verificou uma certa confiança em poder se entregar, sem qualquer consequência, ele deixou a arma no local e se entregou. Só que, infelizmente, o médico adentrou e verificou que o secretário já estava morto há algum tempo, mesmo antes de qualquer ação da guarda civil, bem como das nossas equipes do GATE”.

Testemunhas relataram que pelo menos seis disparos foram ouvidos durante o incidente. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que Henrique Marival de Souza foi encaminhado ao 5º Distrito Policial de Osasco, onde prestou depoimento e foi formalmente indiciado por homicídio. Exames periciais foram solicitados para auxiliar nas investigações, que seguem em andamento para esclarecer as motivações e circunstâncias exatas do crime.

Adilson Custódio Moreira possuía uma longa trajetória na administração pública de Osasco. Natural de Jequitinhonha, Minas Gerais, mudou-se para São Paulo ainda na infância. Antes de ingressar na prefeitura, Moreira atuou como guarda civil municipal e também foi empresário no ramo de motoboys. Nos últimos oito anos, desempenhou funções de destaque na Secretaria de Segurança e Controle Urbano, sendo mantido no cargo pelo novo prefeito, Gerson Pessoa (Podemos), que assumiu a gestão municipal recentemente.

O prefeito Gerson Pessoa, que não estava presente no local no momento do incidente, manifestou-se nas redes sociais: “Estou consternado. Vamos acompanhar a família do Moreira e oferecer todo o suporte necessário neste momento de dor. Nossas orações à família e aos amigos da vítima neste dia tão triste para Osasco”.

A morte de Adilson Moreira gerou comoção entre colegas de trabalho e moradores de Osasco. Rogério Lins, ex-prefeito da cidade e atual secretário de Esportes e Lazer da capital paulista, também expressou seu pesar: “Lamentamos essa situação ocorrida na Prefeitura de Osasco, que culminou na morte covarde do secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano, Adilson Moreira, um grande combatente, mas principalmente um amigo. Moreira, que foi guarda-civil municipal antes de atuar como secretário-adjunto, foi um dos que lutou por melhorias para a GCM”.

Este trágico acontecimento levanta questões sobre a segurança interna nas instituições públicas e o estado emocional dos profissionais de segurança. As autoridades municipais e estaduais afirmaram que irão revisar os protocolos de segurança e oferecer apoio psicológico aos servidores, visando prevenir futuros incidentes semelhantes.

A investigação prossegue sob a responsabilidade da Polícia Civil, que busca compreender os detalhes que levaram ao desfecho fatal. A comunidade de Osasco aguarda por respostas e medidas que garantam a segurança e integridade de seus servidores públicos.

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